BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Conto espírita de mentirinha...

Helena mudou-se moça para a Inglaterra, indo morar em uma pequena cidade próxima a Londres. Os negócios não iam bem para seu pai, um comerciante alemão, em seu país de origem, e ele decidira tentar a sorte na ilha britânica.
Na Inglaterra, Helena conheceu um rapaz, Luis, e mesmo sem ela saber falar grandes coisas em inglês, logo surgiu algum relacionamento entre eles. Porém este relacionamento não durou muito. Algum tempo depois, Luis conheceu Rita, a jovem filha de um casal que se mudara recentemente para a cidade. Foi amor à primeira vista, para ambos. O que foi natural, uma vez que os dois eram almas que se completavam e se amavam já há várias encarnações.
Apaixonado por Rita, Luis não teve a menor dúvida em terminar seu relacionamento com Helena. Pouco tempo depois, casava-se com Rita, indo morar com ela em outra cidade. O que não sabia, e ninguém ainda sabia naquela ocasião, é que Helena estava grávida dele.
Assim que descobriu a gravidez, Helena quase enlouqueceu. Sua mãe sugeriu-lhe que deixasse a criança nascer e a deixasse no convento. Seu pai sugeriu que a matasse no ventre, enquanto ainda era possível. Ambos falaram de mudar-se para outra cidade, onde não fossem conhecidos e ela pudesse, ainda, conseguir um casamento. Mas Helena estava irredutível. Iria ter o filho, e queria que Luis o criasse, junto com ela. Não aceitava qualquer outra opção.
Determinada a conseguir o que queria, procurou uma cigana que habitava as redondezas, a quem contou o ocorrido e seus desejos. A cigana lhe disse que seria possível conseguir tudo o que desejava, mas que isto lhe custaria muito dinheiro. Helena pagou sem pestanejar.
A cigana preparou, então, duas poções diferentes. Em seguida, viajou para a cidade onde moravam Luis e Rita, e aguardou. Um dia, quando Rita lavara as roupas do casal, a cigana aproximou-se furtiva e espalhos as poções nas roupas dos dois, uma nas roupas de Rita e outra nas roupas de Luis.
A partir deste dia, Rita começou a adoecer. Tinha tosses cada vez mais frequentes, sentia muita dor em todo o corpo, estava cada vez mais fraca. Luis, nos primeiros dias, tentava ajudá-la. Aos poucos, foi ficando cada vez mais alheio a tudo, em especial ao que acontecia com Rita e esta, com a falta de cuidados, cada vez piorava mais. A agonia durou um ano. Um dia, Rita começou a tossir sangue. Poucos dias depois, morria. Luis continuava alheio a tudo, passava a maior parte do dia sentado, olhando para o vazio.
Assim que soube que Rita havia morrido, a cigana instruiu Helena a ir encontrar-se com Luis. Esta foi até a cidade e, ao encontrá-lo, disse a ele que voltasse com ela. Luis a seguiu sem demonstrar resistência. Casaram-se, e por algum tempo parecia que as coisas voltaram ao normal. Luis assumiu os negócios do pai de Helena, casou-se com ela e passou a viver seu dia a dia. Tiveram mais dois filhos. Periodicamente, Helena colocava em suas roupas a poção da cigana, e mantinha o controle sobre Luis.
Com o passar do tempo, entretanto, a poção terminou. A cigana havia desaparecido, não sendo possível a Helena obter mais. Conforme os efeitos diminuíam, Luis voltou a lembrar-se de Rita, do que havia acontecido a ela, da saudade que sentia de seu verdadeiro amor. Um dia, desesperado, colocou fim à própria vida.
Para Helena, naquele momento, começou o verdadeiro inferno em sua vida. Despreparada, não conseguiu manter o negócio da família, vindo a perder tudo que possuía. Para poder dar de comer aos filhos pequenos, foi obrigada a prostituir-se. Mal viu seus filhos atingirem a idade adulta, vindo a morrer pouco tempo depois.
Quando reencarnaram, haviam muitas dívidas que deveriam ser resgatadas. A cigana, que auxiliara Helena a afastar Luis de Rita, deveria sofrer a perda de seu companheiro, da mesma forma como tramara a separação entre os dois. Luis, por ter abandonado a vida quando os filhos ainda eram pequenos, deveria trabalhar o suficiente para garantir a estes que pudessem chegar a ser adultos capazes de andar por suas próprias pernas. Da mesma forma, deveria restituir a Helena conforto suficiente para compensar o que ela perdera após o suicídio de Luis. Parte dos efeitos da poção ainda estavam impregnados em seu perispírito e, para conseguir completar totalmente sua missão, seria necessário que Luis superasse esses efeitos, e conseguisse libertar-se da vontade de Helena. Esta, por sua vez, precisaria aprender que as pessoas não são objetos sujeitos aos seus caprichos. E compreender o fato de que as pessoas muitas vezes entram e saem nas vidas umas das outras, sem que o mundo acabe porque alguém saiu da vida do outro. O trauma de ter se prostituído levou-a a ter, na nova vida, alguma aversão ao sexo. Enquanto estivesse com Luis, esta aversão não lhe seria tão problemática, pois ele se comprometera no plano espiritual a aceitá-la daquele modo, até que sua dívida estivesse paga. Após isto, entretanto, ela precisaria superar esta aversão, para poder ser feliz com seu real companheiro.
Rita foi levada a nascer distante de Luis. Como ele, também estava impregnada dos efeitos da poção da cigana, o que lhe causou uma certa fragilidade na saúde. Seria permitido a ela alguma forma de contato com Luis, quando este já tivesse pago sua dívida para com Helena e os filhos. Caso este contato reacendesse neles a chama do antigo amor, seria possível que voltassem a estar juntos. Mesmo assim, para que conseguissem, Luis precisaria libertar-se totalmente dos efeitos da poção em seu perispírito. Só assim conseguiria ter a força suficiente para ajudar Rita a superar também os efeitos que ainda sofreria. E poderiam ser felizes juntos, voltando a completar suas almas em uma só.

Nota: Este conto foi escrito como uma brincadeira, sem trazer implícita qualquer crítica ou postura com relação ao espiritísmo ou qualquer outra doutrina religiosa. Gostaria de deixar claro que respeito as opiniões de cada pessoa sobre este assunto.
A história não tem, a rigor, um final. Aceito a colaboração dos leitores que queiram se arriscar com sugestões, inclusive com nomes para a nova encarnação dos personagens. Depois republico o post com o final.


8 comentários:

Feiticeira disse...

Amigo

Senti tua falta no meu ultimo post, mas já tenho novo, espero por ti e tua amada lá

Ótimo final de semana a vcs

Beijinhos aos dois

Whispers disse...

Meu querido Amigo!

Você sabe que eu adoro historias,já disse isso a vocês, ainda outro dia quando falava com sua loba

Amei esta historia, só que cá para a gente.esta coisa de espíritos e segundas vidas e muita sacanagem, veja la, uma pessoa que se casou aqui nesta vida, teve que aturar o marido ou esposa, e ainda tem que o ir aturar nas segundas vidas?
Ainda não me casei, ninguém me quis, será que na outra vida eu era solteira, quer me dizer que em todas as vidas que eu tiver que vou ser solteira? hum que coisa boa, ao menos não trago depois para a outra vida o trouxa do marido.veja la se eu tenho razão, como o Luís, coitado não bastou sofrer em uma vida, agora ainda tem que pagar nesta.
Pensador, para a próxima vida veja la o Luís se deixa a Helena na terra dos mortos, ou então ela que venha em formiga.
Aqui são 1:13 da manha, ainda não dormi, não me leve a mal, só que e assim, nome para a próxima encarnação. use o meu que ate não e feio. e por favor veja la se deixa essa Helena fora da historia.

Eu já falei com a mãe natureza e quando eu for para a terra da juventude eu vou voltar em onda do mar, quero andar a beijar as praias de todo o mundo, quero bater na rocha e desmaiar e com o brilho da lua fazer amor.
Quero ser livre e brincar com os peixes no fundo do mar.....esta a ver, sua amiga aqui, não quer voltar em gente.Deus meu que não volte em Rato porque eu morro de medo dos Ratos.

Mil beijos para vocês e desejo que seu fim de semana esteja a ser de sonho, porque o meu esta a ser maravilhoso, ainda acordada, ah tive a cantar opera ao meu vizinho
Olha la que eu não bebi nada, veja só se eu tenho bebido.
Mil beijos em si no seu amor e no amor do seu amor
--
Rachel

Pensador disse...

Feiticeira,
Prometo me comportar melhor. É a correria, espero que entenda.
Um beijo, e bom final de semana.

Rachel, querida,
Sabemos que adoras histórias. A Loba mandou dizer que quando voltar tem umas ótimas a lhe contar.
Ainda não sei como continuar esta. Ou mesmo se vou continuar, deixei mesmo em aberto. Foi apenas algo que me ocorreu escrever depois de um livro que li. Na verdade nem é muito o meu estilo de leitura, mas achei o livro interessante.
Diria que a tese da reencarnação pode, como dizem os espíritas, explicar muitas das injustiças que vemos. Mas concordo com você que é estranho se viermos amarrados uns aos outros vida após vida.
Mas, vamos ver o que a vida - e, se eu o continuar, o conto - nos reserva...
Um grande beijo, meu e do meu amor!

Feiticeira disse...

Amigos

Foi neste sentido, do Cateno, que postei, não há de haver amor maior do que o da amizade verdadeira e nehum relacionamento mais intimo, de casal, pode dar certo se não houver amizade verdadeira

Obrigada por tua visita, ótimo sabado a vcs e tb já os considero meus amigos

Beijinhos

Vampira Dea disse...

Achei massa! Liberdade pra escrever, isso tudo saiu de sua cabeça foi? Rsrsrr.

A Palavra Mágica disse...

Pensador,

Eu só li um livro espírita. Achei interessante.

Todas as crenças e religiões têm os seus mistérios.

Não vou dar opinião para contribuir com a produção da história. Quero ser apenas leitor dessa trama muito bem elaborada.

Um abraço!
Alcides

Pensador disse...

Feiticeira,
Sendo assim, creio ter entendido bem o seu post. Viva a amizade, e que ela solidifique cada dia mais o amor.
Um beijo, amiga, e boa semana.

Dea,
Saiu de minha cabeça, sim. Mais como uma brincadeira que qualquer outra coisa. Apenas, conversando com a minha Loba, ela disse que achava interessante que fosse postado, e aqui está o conto...
Beijos!

Alcides,
De fato, o livro que li também foi interessante. Me abstenho de comentar religiões porque todas elas possuem suas qualidades e defeitos. Como tudo que é inerente ao ser humano.
Realmente não sei como esta história se desenrola, ou mesmo se ela se desenrola. Quem sabe um dia eu acordo inspirado e a continuo...
Abraços!

Ava disse...

Que belo conto inacabado...

A mensagem mais clara é que não devemos achar que podemos manipular
quem quer que seja...

O destino traçado é inviolável, sob pena de um preço muito alto a pagar...

Aguarda a segunda parte!


Beijos!