BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS »

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Celebração

Nesta noite, vamos celebrar
Juntos, apenas nós dois,
A plenitude do nosso amor.
Nesta noite, nos teus braços,
Vou me esquecer do mundo,
E desejo que você possa
Comigo esquecê-lo, também.
Quero que façamos amor
De maneira louca, completa,
Intensa, total, apaixonada,
Quero vê-la satisfeita,
Enlouquecida, extasiada,
Entregue ao gozo e ao prazer
Como se esta noite fosse
Para nós, nossa primeira
Ou, até mesmo mais que isto.
Qual se fosse a derradeira,
Se fôssemos morrer amanhã..
Quando estiver dentro de você,
Mãos encaixadas em seus seios,
Olhos olhando seus olhos,
E nos meus lábios seu nome,
Quero saber como é bom
Neste momento não haver
Distância alguma entre nós.
Cada detalhe do seu corpo,
Quero outra vez descobrir.
Dos seus lábios quentes o beijo,
Longamente quero sentir.
E, quando juntos explodirmos
Em amor e em paixão,
Em tesão e em prazer.
Quero ter o sentimento
De que deveria ser eterno
Este nosso doce momento.
Mas, como não pode ser,
Vou guardá-lo no coração
Para nunca o esquecer.

Te amo, minha Loba!

Serpentes

Mal você me deixou
E eu já sinto a sua falta.
Minhas noites já são longas
Nossa cama está vazia
E parece enorme e fria.
Conto os dias, aflito,
Cada um a passar lentamente.
Marcas feitas no calendário
Aumentando dia a dia
O tempo que nos separa,
Ainda que se aproxime
O dia da tua volta.
Longas serpentes de cruzes
Vermelhas a se arrastar
Querendo chegar ao dia
Em que você deve voltar
Para esta casa de tolos
Que chamamos de nosso lar,
Onde podemos juntos
Dizer as nossas tolices,
Fazer nossas criancices,
E, brincando, nos amar.
Te amo e sinto a tua falta, minha Loba amada!

Pontos de Vista

Lembrei-me hoje da história dos cegos tentando descrever um elefante: um deles apalpa a tromba e diz que o elefante se parece com uma cobra. Outro toca a orelha e declara que o elefante se parece com um leque. Um terceiro, abraçando uma das patas, o considera parecido com um tronco de árvore. O quarto, tocando-lhe o lado, acredita que o elefante se pareça com uma parede. Um quinto, segurando a cauda, o descreve como semelhante a um pedaço de corda.

Esta parábola serve para todos nós, em todos os dias de nossas vidas. Nem sempre temos uma visão do todo das coisas. E, mesmo quando aparentemente temos, temos um ponto de vista, e não todos.

Se não fosse assim, não existiriam exaustivas discussões em programas esportivos a respeito de um determinado lance ter sido ou não impedimento, ter sido ou não falta. Caso o juiz estava na mesma posição do locutor, para ver o lance do mesmo modo? Ou este tinha o ângulo de visão do juiz? O que adianta a simulação computadorizada demonstrar que o jogador estava meio centímetro adiante do adversário, se no ângulo de visão do bandeirinha ele parecia estar atrás?

Talvez, também, seja esta a maior dificuldade das pessoas em compreender a Teoria da Relatividade,de Einstein: Um passageiro sentado em uma poltrona de um trem que viaja, afinal está parado ou em movimento? O passageiro ao seu lado vai morrer jurando que ele esteja parado, enquanto o chefe da estação garantirá que ele estava em movimento.

Humoristas exploram bastante as situações que não são o que pareciam ser. Escritores de suspense também o fazem com frequência

A fria letra da lei deveria ser impessoal, no entanto permite diversas interpretações.

Jesus Cristo, para os cristãos, é a manifestação encarnada de Deus. Para os muçulmanos, é um profeta. Para os budistas, um dos muitos budas que surgiram para guiar a humanidade.

Um fato, visto de maneira isolada, pode levar a uma conclusão totalmente diversa do que ele representa dentro de todo um contexto.

Com tantas possibilidades para cada situação, é possível termos segurança para fazermos julgamentos definitivos? Podemos ter a certeza de que nunca nos enganaremos?

Existe uma verdade absoluta? Eu não sei. Não acredito que exista.

E, pensando sobre este assunto, me vieram à mente os versos do Raul Seixas, na música Metarmorfose Ambulante, que ilustra este post:
"Prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo".



Noite de Paixão

Estou deitado em nossa cama, relaxado, ouvindo música. Percebo movimento na porta do quarto, entreabro os olhos, o suficiente para perceber seu vulto entrando. Você vem do banho e tem apenas uma toalha enrolada sobre o corpo. Eu finjo que estou dormindo. Você se senta na beirada da cama e, distraída, começa a passar creme em seu corpo. Deixa a toalha escorregar e, neste momento, eu decido atacar.
Levantando-me, abraço-a, passeando com as mãos pelos seus seios, apertando-os. Minha boca beija seu pescoço e vai escorregando pelo seu rosto, à procura da sua boca. Uma das mãos desce pela sua barriga, à procura de sua gruta. Meus dedos passeiam por seu clitóris e pelos lábios, enquanto você entreabre as pernas, num convite para que eles a penetrem.
Passando ao seu lado, ajudo-a a deitar-se, beijando o seu corpo, enquanto você me acaricia e alcança meu membro com sua mão, brincando com ele. Aos poucos nos posicionamos, brincando com as bocas em nossos sexos, dando-nos prazer e expectativa de prazeres ainda maiores por vir.
Passeamos com as bocas por nossos corpos, procurando, com calma, a boca um do outro. Enquanto nos beijamos, nos posicionamos, e com firmeza eu penetro sua gruta já encharcada. Nos abraçamos forte, rolamos pela cama, ora um em cima, hora o outro. Nos confundimos numa mistura de pernas e braços, apaixonados. Excitados.
Mudamos de posição, você fica de costas para mim e pede que eu a penetre. Sabe o quanto eu gosto desta posição, e eu também sei que é a sua favorita. O gozo se anuncia, procuro me segurar, à espera de que você comece a gozar, então me relaxo e deixo vir também o meu. É um gozo intenso, que nos faz sentir ainda mais unidos. Nos abraçamos, nos beijamos e nos deixamos ficar na cama, na certeza de que este foi apenas o começo.


Loucura e pecados

Não sei se é coincidência,
Ou se sou eu.
Não sei se estou louco,
Ou apenas tolo.
Não sei se confundo
Causa e efeito.
Mas me parece que o dia responde
Ao meu estado de espírito.
Se estou alegre,
É dia ensolarado.
Se fico triste,
Eu o faço cinzento.
Se você está ao meu lado,
Mesmo a chuva é doce e leve.
Se não está, o sol castiga
E fere mais que deve.
Se estamos bem, as flores se abrem,
Se não estamos, definham e morrem.
Seu riso alegre
Faz cantarem os pássaros.
E, se está triste,
Meu coração perde o compasso.
Pensando bem, eu não sou tolo,
E nem preciso ser internado.
Apenas vejo a vida
Mais alegre ao seu lado.
E, no dia em que for preciso
Meus crimes assumir e pagar,
Sei que deles o maior é
Talvez o mesmo que me redime
E faz meu coração pulsar:
O meu maior pecado tem sido,
Sempre, sempre, TE AMAR!

Te amo, minha Loba, e quero continuar amando sempre.

Árvores

Indo hoje para o trabalho,
Pelo caminho de sempre,
Passei por aquela rua
Com as árvores que sabe
Que me lembram de você
A primavera está
Se mostrando generosa
E de folhas verde-claras
Estão elas cobertas.
Gosto de passar por esta rua
Em especial nos dias
Em que você está viajando,
Pois a vejo em cada árvore,
E em cada uma das folhas.
Imagino ali nós dois,
De mãos dadas, caminhando,
Como tantas vezes fizemos.
Uma breve parada,
Alguns segundos roubados,
Para um beijo apaixonado,
As folhas nos protegendo
De olhares curiosos
Mais um pequeno e doce
Momento de nossas vidas,
Algumas vezes vivido,
Outras, só imaginado,
Mas que tem, de importante,
Mantê-la sempre ao meu lado.
Te amo, minha Loba querida!




Contando as horas e os dias.

Novamente é preciso
Que você viaje.
Outra vez sua ausência
Gritará ao meu redor.
Nossa cama vazia lembrando
Os momentos de amor e paixão.
O silêncio da sala me faz pensar
No som da sua voz.
O programa favorito
Perde toda a graça.
Já não me preocupo
Em por a mesa para comer,
Me contento com o prato no colo,
Enquanto olho a tv.
Às vezes a deixo ligada,
A encher de vozes o ar,
Um pobre paliativo
Por não podermos conversar.
Em angústia conto horas
Até poder lhe ligar
E jogando conversa fora,
Mais próximo de você ficar.
Trocamos sms
Todo o tempo que podemos
E, em grande parte do dia,
É este o contato que temos.
Esta saudade, admito,
Não é um sentimento nobre.
Ainda que seja bonito
Falar dela com verdade,
Me traz um vazio tão grande,
Me dá uma melancolia imensa,
Que não importa o esforço que eu faça,
Com certeza ele não compensa,
Pois sem você aqui comigo,
Qualquer rima que eu escreva
Acaba por ser rima pobre.

Amada minha, saiba sempre que sinto demais a sua falta durante as viagens. E, como diz a música que acompanha este post, eu conto os dias, conto as horas pra te ver.
Te amo, minha Loba!




Conto espírita de mentirinha...

Helena mudou-se moça para a Inglaterra, indo morar em uma pequena cidade próxima a Londres. Os negócios não iam bem para seu pai, um comerciante alemão, em seu país de origem, e ele decidira tentar a sorte na ilha britânica.
Na Inglaterra, Helena conheceu um rapaz, Luis, e mesmo sem ela saber falar grandes coisas em inglês, logo surgiu algum relacionamento entre eles. Porém este relacionamento não durou muito. Algum tempo depois, Luis conheceu Rita, a jovem filha de um casal que se mudara recentemente para a cidade. Foi amor à primeira vista, para ambos. O que foi natural, uma vez que os dois eram almas que se completavam e se amavam já há várias encarnações.
Apaixonado por Rita, Luis não teve a menor dúvida em terminar seu relacionamento com Helena. Pouco tempo depois, casava-se com Rita, indo morar com ela em outra cidade. O que não sabia, e ninguém ainda sabia naquela ocasião, é que Helena estava grávida dele.
Assim que descobriu a gravidez, Helena quase enlouqueceu. Sua mãe sugeriu-lhe que deixasse a criança nascer e a deixasse no convento. Seu pai sugeriu que a matasse no ventre, enquanto ainda era possível. Ambos falaram de mudar-se para outra cidade, onde não fossem conhecidos e ela pudesse, ainda, conseguir um casamento. Mas Helena estava irredutível. Iria ter o filho, e queria que Luis o criasse, junto com ela. Não aceitava qualquer outra opção.
Determinada a conseguir o que queria, procurou uma cigana que habitava as redondezas, a quem contou o ocorrido e seus desejos. A cigana lhe disse que seria possível conseguir tudo o que desejava, mas que isto lhe custaria muito dinheiro. Helena pagou sem pestanejar.
A cigana preparou, então, duas poções diferentes. Em seguida, viajou para a cidade onde moravam Luis e Rita, e aguardou. Um dia, quando Rita lavara as roupas do casal, a cigana aproximou-se furtiva e espalhos as poções nas roupas dos dois, uma nas roupas de Rita e outra nas roupas de Luis.
A partir deste dia, Rita começou a adoecer. Tinha tosses cada vez mais frequentes, sentia muita dor em todo o corpo, estava cada vez mais fraca. Luis, nos primeiros dias, tentava ajudá-la. Aos poucos, foi ficando cada vez mais alheio a tudo, em especial ao que acontecia com Rita e esta, com a falta de cuidados, cada vez piorava mais. A agonia durou um ano. Um dia, Rita começou a tossir sangue. Poucos dias depois, morria. Luis continuava alheio a tudo, passava a maior parte do dia sentado, olhando para o vazio.
Assim que soube que Rita havia morrido, a cigana instruiu Helena a ir encontrar-se com Luis. Esta foi até a cidade e, ao encontrá-lo, disse a ele que voltasse com ela. Luis a seguiu sem demonstrar resistência. Casaram-se, e por algum tempo parecia que as coisas voltaram ao normal. Luis assumiu os negócios do pai de Helena, casou-se com ela e passou a viver seu dia a dia. Tiveram mais dois filhos. Periodicamente, Helena colocava em suas roupas a poção da cigana, e mantinha o controle sobre Luis.
Com o passar do tempo, entretanto, a poção terminou. A cigana havia desaparecido, não sendo possível a Helena obter mais. Conforme os efeitos diminuíam, Luis voltou a lembrar-se de Rita, do que havia acontecido a ela, da saudade que sentia de seu verdadeiro amor. Um dia, desesperado, colocou fim à própria vida.
Para Helena, naquele momento, começou o verdadeiro inferno em sua vida. Despreparada, não conseguiu manter o negócio da família, vindo a perder tudo que possuía. Para poder dar de comer aos filhos pequenos, foi obrigada a prostituir-se. Mal viu seus filhos atingirem a idade adulta, vindo a morrer pouco tempo depois.
Quando reencarnaram, haviam muitas dívidas que deveriam ser resgatadas. A cigana, que auxiliara Helena a afastar Luis de Rita, deveria sofrer a perda de seu companheiro, da mesma forma como tramara a separação entre os dois. Luis, por ter abandonado a vida quando os filhos ainda eram pequenos, deveria trabalhar o suficiente para garantir a estes que pudessem chegar a ser adultos capazes de andar por suas próprias pernas. Da mesma forma, deveria restituir a Helena conforto suficiente para compensar o que ela perdera após o suicídio de Luis. Parte dos efeitos da poção ainda estavam impregnados em seu perispírito e, para conseguir completar totalmente sua missão, seria necessário que Luis superasse esses efeitos, e conseguisse libertar-se da vontade de Helena. Esta, por sua vez, precisaria aprender que as pessoas não são objetos sujeitos aos seus caprichos. E compreender o fato de que as pessoas muitas vezes entram e saem nas vidas umas das outras, sem que o mundo acabe porque alguém saiu da vida do outro. O trauma de ter se prostituído levou-a a ter, na nova vida, alguma aversão ao sexo. Enquanto estivesse com Luis, esta aversão não lhe seria tão problemática, pois ele se comprometera no plano espiritual a aceitá-la daquele modo, até que sua dívida estivesse paga. Após isto, entretanto, ela precisaria superar esta aversão, para poder ser feliz com seu real companheiro.
Rita foi levada a nascer distante de Luis. Como ele, também estava impregnada dos efeitos da poção da cigana, o que lhe causou uma certa fragilidade na saúde. Seria permitido a ela alguma forma de contato com Luis, quando este já tivesse pago sua dívida para com Helena e os filhos. Caso este contato reacendesse neles a chama do antigo amor, seria possível que voltassem a estar juntos. Mesmo assim, para que conseguissem, Luis precisaria libertar-se totalmente dos efeitos da poção em seu perispírito. Só assim conseguiria ter a força suficiente para ajudar Rita a superar também os efeitos que ainda sofreria. E poderiam ser felizes juntos, voltando a completar suas almas em uma só.

Nota: Este conto foi escrito como uma brincadeira, sem trazer implícita qualquer crítica ou postura com relação ao espiritísmo ou qualquer outra doutrina religiosa. Gostaria de deixar claro que respeito as opiniões de cada pessoa sobre este assunto.
A história não tem, a rigor, um final. Aceito a colaboração dos leitores que queiram se arriscar com sugestões, inclusive com nomes para a nova encarnação dos personagens. Depois republico o post com o final.


Você está de volta!

Você está de volta
E o Sol brilha em minha vida
Os dias se colorem
O coração se aquece.

Sei que nunca estamos
Realmente separados
Mas não existe coisa melhor
Que acordar ao seu lado.

Agora por algum tempo
Nossa rotina é normal
Estamos vivendo juntos
O nosso dia-a-dia

E mesmo que isto seja
Apenas coisa banal
Saber que a tenho comigo
É o melhor dos sentimentos

Volto para nossa casa
Na hora do meu almoço
Sabendo que a encontro
E que comemos juntos,
Ao menos por um instante,
Esquecendo o alvoroço.

Te amo, minha Loba! Seja bem vinda de volta!

Antes da ação

Respirou fundo e soltou um longo suspiro. Era hora de preparar-se para a ação.
Este era o seu momento mais meticuloso. Qualquer pequeno descuido poderia ser fatal. Todos os equipamentos deveriam estar encaixados em suas posições exatas, preparados para serem imediatamente utilizados no momento exato em que fossem necessários.
O inimigo é cruel e implacável. Qualquer descuido, certamente é fatal. Um erro cometido, um equipamento desarmado ou acionado fora de seu momento exato, e dificilmente haveria uma segunda chance. A maior probabilidade seria de que um descuido destes acabasse por liquidá-lo.
Sempre teve orgulho de seu talento e profissionalismo. Sempre soube que tinha a capacidade de preparar-se adequadamente e evitar cometer tais erros. Por isto sempre era chamado. Por isto seu preço dificilmente era questionado. E, mesmo quando questionado, podia dar-se o luxo de simplesmente dispensar o cliente lembrando a este que fazia valer cada centavo do que lhe era pago.
Checou mais uma vez cada equipamento e repassou de memória a distribuição do espaço físico, em quais pontos deveria executar quais movimentos. Em quais momentos deveria utilizar quais equipamentos. Qual a sequência de ações mais adequada. Tudo seria perfeito, tinha certeza. Como sempre era.
Preparado, era agora a questão de esperar o momento certo para agir.
Escutava agora as vozes de crianças brincando. Crianças... Sempre tão despreocupadas de tudo, sempre tão ocupadas em seu próprio mundo... Quisera todos os problemas na vida fossem como os problemas de crianças...
O barulho das crianças lembrava-o sempre de sua infância e das razões que o levaram a escolher sua carreira. Gostava de devanear sobre o assunto, mas agora não era o momento. Agora o momento era o de preocupar-se com os adultos. Preocupar-se em executar com precisão a sua função, de forma a agradar seus clientes, como sempre.
Uma rápida olhada no relógio. Estava quase na hora. Fazia sempre questão de precisão absoluta também com relação ao momento de começar a trabalhar.
Agora faltavam apenas alguns segundos. Sem olhar, levou a mão à roupa, retirando de seu compartimento uma pequena bomba de fumaça, ao mesmo tempo que seus dedos acostumados soltavam o pino que a dispararia.
Atirou a bomba e, enquanto a cortina de fumaça subia e se dissipava, deu início à sua ação. Executando um movimento de rolamento até sua próxima posição, levantou-se de um salto.
- Oláááááá, criançadaaaaaaaaaaaa! O Palhaço Gelatina chegou para animar a festa de vocês!!!

Confissão

Amor de minha vida,
Eu devo lhe confessar
O quanto ando perdido
Sem sequer saber direito
Quais as rimas que uso
Para expressar propriamente
O que está no meu peito.

O que de melhor eu tenho
Para aliviar os meus dias
É saber que eu posso
Desfrutar meus momentos
Em sua doce companhia.

Minha Loba amada,
Grande amor da minha vida,
Sei que as nossas rotinas
Tem sido bem complicadas
E que nem sempre podemos
Nos amar como queremos.

Mas acredite, meu amor
Que estamos semeando
E em breve colheremos
O fruto destes momentos
Um tanto mais complicados
E a cada dia estaremos
Mais e mais enamorados.

Te amo, minha Loba!

Vingança

Era um dia triste e cinzento. A garoa fria incomodava quem precisava estar na rua. Forçando-se a ter coragem, João fechou um pouco mais o casaco e atravessou a porta de casa, ganhando a calçada.
Aquele era o dia da semana que menos gostava de ir trabalhar. Se pudesse pagar e não ir, pagaria. Era o dia em que os vendedores vinham à sede da empresa prestar contas. Dia de aturar choradeiras a respeito de metas muito altas. De enfrentar os espertalhões de sempre, que tentavam bater suas metas através de "jeitinhos" pouco éticos, como incluir mercadorias não solicitadas nos pedidos, contando com o prazo de devolução ou o descontrole dos clientes para dar a meta por batida.
Mas, pior que tudo, era o dia de encontrar o Alexandre.
Alexandre, Xande para os amigos, havia sido colega de escola de João. Anos depois, os dois se reencontraram, agora colegas de empresa, João trabalhando na parte administrativa e Xande como vendedor. Tido como um dos melhores da equipe, não poupava elogios a si mesmo. E nem poupava João de suas brincadeiras. Na época da escola, namorara uma menina por quem João nutria uma paixão secreta. Um confidente indiscreto fez a noticia chegar a Xande e este nunca mais deixou de torturar João com a história, na escola ou na empresa. Todos a conheciam. E todas as semanas, Xande a contava novamente. Mas não hoje. Hoje seria diferente.
Quando percebeu que Xande estava se aproximando, João saiu de sua mesa. Circulou, parou em algumas mesas, entrou na sala de xerox e ficou por lá algum tempo. Ao voltar, aproximou-se de Xande e o convidou para tomarem um café. Aceito o convite, foram até a cafeteira. João serviu duas xícaras e deixou que Xande escolhesse a sua. Assim que o colega começou a bebericar o café, disparou:
- Eu sei que você tem agido de maneira inadequada a um bom funcionário. E hoje eu vou provar isto.
Xande quase engasgou com o café, mas conseguiu se recompor e fingir calma, ao perguntar:
- Eu, agindo de maneira inadequada? O que você quer dizer com isto?
- Espere e verá.
Aquilo acabou com toda a alegria de Xande. Não teve ânimo para rir de João, ou para fazer gracejos às funcionárias, ainda que se esforçasse por demonstrar tranqüilidade.
Alguns momentos depois, com a chegada do supervisor de vendas, todos se dirigiram à sala e a reunião teve início.
E começou como sempre começava, com uma preleção do supervisor a respeito do total de vendas esperado e do atingido, da necessidade de um maior comprometimento dos vendedores com a meta, de como atingir as metas previstas é importante para o crescimento de todos... Todas as semanas as palavras eram praticamente as mesmas. João sequer prestou atenção ao que estava a ser dito, já conhecia o discurso. Além disto, aquelas palavras não lhe diziam grande respeito, naquele momento. Ao invés de ouvi-las, sua atenção se concentrava em Xande, que a cada momento demonstrava estar um tanto mais agitado. E João sequer preocupou-se em disfarçar.
Em seguida às palavras do supervisor, começou o que João chamava a “fase da choradeira”, momento em que cada vendedor explicava as ocorrências de suas visitas e procurava justificar eventuais pedidos ainda não fechados.
Junto com a “choradeira”, haveria o “puxão de orelhas”, com a orientação individual do supervisor ao vendedor que estivesse se explicando. E algum eventual aparte de João, informando a respeito de eventuais reclamações por pedidos com itens não solicitados pelos compradores. Era um momento tenso. De uma maneira geral, o supervisor fechava os olhos à prática, pois sabia que alguns clientes acabavam por ficar com os produtos e, embora uma prática desonesta, não deixava de ser uma venda a mais. Também ele dependia de ver as metas batidas. Mas se começasse a haver reclamações seguidas de algum cliente, o vendedor responsável poderia ser demitido.
Ao preparar a planilha, João intencionalmente havia deixado Xande por último. Conforme avançavam os vendedores, a agitação de Xande era cada vez mais perceptível. Ao chegar sua vez de falar, ele mal conseguia parar na cadeira, e aparentava mesmo estar esverdeado.
Quase vomitou as palavras, ao apresentar a posição de seus pedidos, de uma maneira geral todos fechados, apenas uma ou outra pequena pendência simples de resolver.
Também o supervisor teve poucas observações a fazer a Xande, o que não o surpreendeu. Sabia que era raro alguém encontrar algum problema em suas vendas. Mas não tirava os olhos de João, que demonstrava uma calma e descontração muito maiores do que as usuais.
O supervisor terminou de falar, perguntou a João se havia algo a acrescentar e, para a surpresa de Xande, este disse que não. A reunião foi encerrada. Todos saíram da sala, Alexandre mais rápido que de costume. Não se deteve para as costumeiras brincadeiras e conversas com os outros vendedores. Não combinou almoço com ninguém. Apenas desapareceu.
Alguns momentos depois, João encontrou-o no corredor.
- Viu como eu provei que você anda agindo de maneira inadequada?
- Não vi nada! Ou vi que você enlouqueceu de vez, isto sim. Como eu sabia, o supervisor não fez crítica alguma ao meu trabalho. E você não abriu a boca na minha vez. O que provou? O que tem para me acusar?
- Continuo dizendo que você age de maneira inadequada para um profissional e que eu provei isto. Não é nada ético ficar mexendo nas gavetas das pessoas sem autorização, e muito menos pegar coisas dessas gavetas. O chocolate que você roubou da minha gaveta e comeu tinha laxante.

Silêncio

Algumas vezes, gosto do silêncio.
Ele me acalma e ajuda a pensar.
Alivia o espírito e me permite relaxar.
Outras vezes, porém,
O silêncio me oprime.
A falta de som parece que faz
gritar mais alto a solidão.
É o silêncio de não ter comigo
O som da sua voz,
Os seus passos pela casa
E os pequenos sons normais.
Este silêncio oprime.
Parece que me quer matar.
Me faz apenas ter vontade
De mais e mais chorar.
Mas algumas vezes acontece
Desse silêncio ser quebrado
Por uma doce campainha
Que nada mais é que o som
Do telefone a me chamar
Atendo, e da outra ponta
Vem a sua doce voz
A dizer que tem saudades,
Que sente tanto a minha falta
E até começa a chorar
Eu junto com você choro,
Que volte logo, imploro,
E mesmo se me responde
Que eu tenha paciência,
Que a volta não vai tardar,
Eu sei que você deu um jeito
De aliviar a dor do seu peito
Que é a mesma que doi no meu
E por um breve instante,
Ouvindo a voz um do outro,
Espaço e tempo inexistem
Estamos de novo juntos
Nos falando,
Nos ouvindo,
Nos imaginando,
Nos amando!

Te amo, minha Loba Linda!

Pressa

Ao ir para o trabalho,
Sinto a vida da cidade.
É o trânsito alucinado,
As pessoas se acotovelando nas ruas,
Trombadinhas tentando
Se aproveitar da confusão,
Camelôs oferecendo de tudo,
Mas sem garantias.
Pessoas apressadas.
Atrasadas.
Desesperadas.
Na rotina da pressa,
a própria cidade passando
Quase sempre despercebida.
Quando volto, ao fim do dia,
Embora muita coisa mude,
Ainda existe a correria.
Pessoas exaustas, indo para casa.
Outras procurando
No Happy Hour um pretexto
Para dos problemas fugir.
Lojas e empresas fechando
E os bares lotando de gente
A querer se divertir.
Mas toda esta agitação,
Me é algo indiferente.
Ao atravessar a cidade,
Não faço como essa gente.
Sempre que posso, observo
Quem está à minha volta.
E, se acaso encontrar
Algum pequeno detalhe
Daqueles que ninguém nota,
Faço todo o possível
Para tentar fotografá-lo,
Já pensando em poder
Com você compartilhar.
À noite, na hora da volta,
Me junto aos mais apressados.
Happy Hour não me atrai,
Os bares não me fascinam.
Tudo que posso querer
É estar logo ao seu lado.
Se por acaso é dia
Em que esteja a viajar,
Não diminui a urgência,
Pois a minha preferência
É de lhe telefonar.
Às vezes, porém, acontece
De você sair mais cedo
E me fazer a surpresa
De minha saída esperar.
Nestes dias especiais,
A pressa perde importância,
Pois a noite vira criança
E nos divertimos demais.

Te amo, minha Loba Querida, Linda e Amada!

Sexta-Feira 13

Hoje é sexta-feira 13
Tida como dia de azar
Pode ser superstição
Mas é melhor não ignorar

Às vezes é uma má notícia
Que até mesmo foi aguardada
Outras vezes, um aborrecimento
Ou situação não programada.

Alguns ignoram a data,
Outros, com ela brincam.
Existe quem leve a sério
E a veja com ar de mistério.

De minha parte, nunca fui
Assim tão supersticioso
Mas desta vez, em especial
Eu estou bem chateado
Não com a pobre sexta-feira
Em quem não posso por
Mas com os problemas da vida
Que afastam de mim meu amor.

Ainda que possamos ficar
Juntos por mais um dia,
Logo será inevitável
Não estar em sua companhia.

Apenas desejo que possa
Voltar bem rapidamente,
Minha doce e amada Loba,
Para o nosso pequeno cantinho
Onde sabe que eu te espero
Sempre, e ansiosamente.

Te amo, minha Loba!

Mais uma viagem

Recebeu a ficha de controle das mãos do fiscal e dirigiu-se para sua cadeira, enquanto falava ao celular. O emprego de cobrador não lhe era totalmente ruim. Claro, o salário poderia ser um tantinho melhor. Mas haviam compensações. Falar ao celular quando quisesse, por exemplo, era uma delas.

Tinha grande amizade com o motorista, havia duplas que não se toleravam, trabalhar desta forma com certeza seria pior. E o medo de assaltos diminuira, pois com o bilhete eletrônico, a maioria das pessoas não mais paga a passagem com dinheiro. Fica mais complicado quando um ou outro passageiro tenta pagar com uma nota de maior valor, geralmente alegando não possuir outra. Ele sabe que na maioria das vezes é um truque para a pessoa viajar de graça, mas não se incomoda. Tem uma justificativa e, de qualquer forma, não vai ter de pagar pela passagem.

O ônibus já saiu do ponto final razoavelmente lotado. Pouco depois, suas "amigas" começaram a cercá-lo.

Bem, cercar talvez não seja a melhor palavra, uma vez que todas se aglomeravam no pequeno espaço para deficientes, próximo à catraca. Eram umas cinco ou seis, desta vez. Pelo horário, a maioria seria de vendedoras de shopping centers, dirigindo-se para o trabalho no turno da tarde. Se fosse mais cedo, o público mudaria. Domésticas, auxiliares administrativas, estudantes...

Terminou a conversa ao celular, guardou o aparelho no bolso e esperou o primeiro comentário de uma delas. Não tardou a vir. Um comentário banal de uma delas, sobre o tempo, parece que vai chover mais tarde. Uma resposta e já é o suficiente para todas entrarem na conversa. E, com uma pergunta aqui, outra ali, a viagem parece ser mais rápida.

Embora os assuntos mudem ao longo da viagem, não mudam muito de uma viagem para outra. Fala-se do tempo, do trânsito, alguma coisinha de política, sempre criticando o governo, algum comentário sobre trabalho... Geralmente tem alguma passageira que toca no assunto família, fala de filhos, marido, namorado ou algo assim. Isto parece ser uma senha para que uma passageira mais saidinha lhe pergunte se é casado, se tem namorada... Ele geralmente se esquiva com alguma brincadeira ou resposta espirituosa. Tem sempre o cuidado de evitar falar de sua vida pessoal nestas conversas.

Finalmente o ônibus chega ao final da viagem e da conversa. A maioria delas demora-se, a dar a vez a todos os demais passageiros que ainda não pagaram a viagem. Também isto não é novidade para ele. Depois do último pagante passar pela catraca e de uma olhada para ver se não havia nenhum fiscal por perto, ele profere a aguardada sentença:
- Podem descer pela frente, sem pagar a passagem.

(Livre adaptação de uma situação que eu realmente presenciei)


Lugares

Estive a pensar em lugares.
Lugares que eu conheço,
Que até talvez você conheça,
Mas lugares onde nunca
Estivemos os dois juntos.
Hoje, por uma razão tola,
Lugares onde eu possa
Contigo estar de mãos dadas
Juntos percorrendo,
Juntos descobrindo
Novas facetas,
Novos detalhes,
Novas formas de ver
O que já é conhecido.
E, lembrando de lugares,
E de novas descobertas,
À minha mente veio claro
Os lugares que eu mais gosto
De cada dia redescobrir:
A sua pele tão alva,
O seu cabelo macio,
O seu sorriso tão doce,
Seu riso tão musical
O cheiro, o doce gosto
E o calor de seu desejo.
E concluí que, na vida
Não importa o lugar,
Não importa o momento,
Não importa conhecer.
O que importa é descobrir
E sempre ver como novo
O amor que estou a sentir.

Te amo, minha Loba amada!

Cantando...

Te amo, minha Loba!

Conto de Natal

Não era capaz de acreditar em seus próprios olhos. Ali, diante dele, a paixão secreta de toda sua vida. A mulher que ele sempre amou e desejou em seus sonhos mais íntimos.

Sempre acompanhara sua carreira, conhecia seus trabalhos. Assistira a todas as novelas que fizera, a todos os filmes. Não tinha condições de assistir às peças de teatro, mas até mesmo aquele disco que ela gravara ele comprou, mesmo que sua voz para cantar não fosse lá estas coisas. Mas nada disto importava. Para ele, ela era divina. Não tinha defeito algum. Era perfeita. E agora estava ali, à sua frente. Um sonho realizado. E ele teria a possibilidade de serví-la.

As queixas que tivera, até aquele momento, com relação a trabalhar no natal, simplesmente evaporaram-se. Por milagre, aquele passou a ser o melhor natal de sua vida. Iria atendê-la. Seria um fato para lembrar-se para sempre.

Ela parecia um tantinho tonta. Sem grandes problemas, certamente estaria vindo de alguma festa onde bebera um pouco demais. O homem que a acompanhava aparentava estar mais sóbrio. Lembrava-se de ter visto alguma reportagem onde aparecia uma foto dele, era o namorado da vez. Ninguém que importasse a ele, mesmo porque, conhecendo-a, sabia que o namoro não duraria tanto tempo assim.

Foi o homem que dirigiu-se a ele e fez o pedido. Ela acrescentou, com a voz pastosa, uma solicitação de urgência. Vindo de sua deusa, qualquer vontade era a mais absoluta ordem. Ele apressou-se em atender. Para ela, sempre o melhor.

Quando voltava, estava acontecendo. Nunca soube a razão do início da discussão, mas estava pegando fogo. Chegou, eles estavam na fase de troca de insultos:
- Você é uma vadia bêbada! Acha que é tudo isso? Não, você não é mais nada!
- Você é um estúpido! Um animal! Não sei o que me deu para querer ficar com você!
- Provávelmente estava bêbada, como sempre! Você não passa de uma velha atriz decadente, que só consegue algum papel quando um autor sente pena!
- Mas é esta atriz decadente que paga as suas contas, não é?
- Grande coisa, acha que assim me compra? Eu sou homem demais para o que você merece!
- Então, se é assim, mostra que eu não mereço e some da minha frente!

Ele assistia a tudo, quieto, impassível. Apenas quando o namorado tentou bater nela que ele se intrometeu entre os dois, e não deixou que acontecesse:
- Por favor, o senhor pode se retirar do estabelecimento?
- Quem você pensa que é para falar comigo assim?
- Sou apenas um funcionário daqui, mas posso chamar a polícia, se for necessário.
- Sabe com quem você está falando?
- Com uma pessoa que está perturbando a ordem do estabelecimento e ameaçando outra pessoa de agressão. Creio que, para a polícia, isto basta.
- Isto não vai ficar assim. Você está ferrado na minha mão, cara! Vai ver só!
- Sem problemas, não me incomodo em ver, desde que o senhor se retire daqui.

O namorado virou-se para ela:
- Vamos embora!
- Não! Eu não vou com você! Pode ir e sumir da minha vida!
- Você é quem sabe. Depois vai correr atrás de mim outra vez.

Virou as costas e saiu. Ela caiu em uma crise de choro.

Em uma mistura de sentimentos, aliviado pela partida do namorado, consternado com a situação dela e excitado pela proximidade, ele aproximou-se da atriz:
- Calma, está tudo bem, agora. Vou trazer-lhe um copo de água.
- Obrigado. Você foi um herói para mim, nesta noite...

E desandou a falar. Reclamou do namorado, de como não suportava sua brutalidade, de como era infeliz, de como ele a destratava, disse que não sabia onde estava com a cabeça que continuava a aceitar aquela situação... Aos poucos, conforme ela falava, os efeitos do álcool começaram a diminuir.
- Obrigado por ter me escutado, por me fazer companhia. Eu me sinto, hoje, a pessoa mais desgraçada do mundo. Ao menos você foi um ombro amigo para eu me apoiar. Não estou me sentindo bem, preciso ir para casa. Você tem como conseguir um taxi para mim?
- Eu posso procurar algum número e telefonar. Mas, se a senhora quiser, em 10 minutos eu termino o meu horário e saio. Teria grande prazer em dar-lhe uma carona, se não se importar, é claro!
- De maneira alguma, seria muito abuso da minha parte.
- Não, eu a levo com prazer, e a deixo em segurança na porta da sua casa. Sou seu fã, e nada me daria uma alegria maior do que poder fazer-lhe isto.
- Tem certeza de que não vou atrapalhar? É natal, sua família deve estar esperando...
- Não, não vai. Não tem ninguém me esperando, comemorei o natal antes de vir trabalhar.
- Tem certeza mesmo?
- Sim, tenho!

Ela concordou, e aguardou. Tão logo ele concluiu seu horário, correu para trocar o uniforme pela sua própria roupa, e veio encontrá-la.
- Desculpe o meu carro, é bem simples. Carro de pobre...
- Você está me fazendo uma gentileza e eu ainda vou me incomodar com alguma coisa? Claro que não...

Entraram no carro, ele perguntou para onde iriam e ela deu-lhe o endereço. Ele ligou o motor e e partiram.

Aos poucos, com o balanço do carro, os efeitos remanescentes do álcool e o relaxamento da tensão, ela adormeceu. Sua cabeça encostou de leve no ombro dele. Ele passou a dirigir com muito mais cuidado, para que ela não acordasse até que chegasse em casa.

Não importava a ele que provavelmente, quando se levantasse no dia seguinte, nem se lembrasse do ocorrido. Não importava que ela sequer soubesse o seu nome. Não importava que, certamente, naquele mesmo dia o namorado estaria de volta, usufruindo do conforto até que ela definitivamente se cansasse dele e arrumasse outro namorado, que também iria apenas aproveitar-se dela. Naquele momento, era no ombro dele que ela se encontrava adormecida. Era no carro dele que ela estava. Era ele que sentia-se o homem mais feliz do mundo. E que considerava ter recebido uma grande dádiva como presente de natal.

Chuva

Agora está chovendo
E tudo o que posso pensar
É em ter-te nos meus braços,
Observando a janela
Onde as gotas se juntam,
Duas tornando-se uma
Como as nossas almas
Quando se encontraram.
Tudo o que posso querer
São deliciosos momentos
Andando juntos na chuva,
Passeando pela praça,
O cheiro da terra molhada
Nos trazendo calma e paz.
Agora está chovendo
E pela janela que olho
Apenas consigo ver
Um momento todo nosso.
Que as gotas de água caindo
Desta chuva de verão
Possam trazer apenas
Paz aos nossos corações.
Te amo!

P.S. - Se existe uma coisa que a Loba e eu amamos é a chuva. Ela nos lembra de renovação da natureza, de plantas e flores crescendo, de vida. Entretanto, o fato de amarmos a chuva não nos torna insensíveis às tantas tragédias que ocorreram nos últimos dias. Lamentamos profundamente os ocorridos, somos solidários para com as famílias que sofrem e desejamos que tragédias como estas não mais ocorressem. E que a chuva pudesse ser apenas um momento de paz e reflexão para todos, e não um sinal de desespero.


Lembranças

Hoje me peguei recordando-me do dia em que nos conhecemos.
Foi graças a um amigo em comum. Ou, da minha parte, talvez seja mais honesto dizer um conhecido de vista, pois não tinha tanta conversa assim com ele. E, curiosamente, depois acabamos por perder contato com ele. Parece que o objetivo de ele ter entrado em nossas vidas foi mesmo nos apresentar um ao outro.
Minha reação inicial foi de curiosidade. Você parecia tão diferente de mim. Ao mesmo tempo, era evidente que tínhamos alguns interesses em comum. A curiosidade foi combustível suficiente para que a conversa seguisse adiante, e nos permitisse descobrir um pouco mais a respeito um do outro.
Não sei dizer exatamente em que momento aconteceu. Mas aconteceu.
De repente, as diferenças, que no início atraíram, se tornaram irrelevantes. O que tínhamos em comum era tanto que parecia inacreditável. Falávamos um com o outro e parecia que havíamos crescido juntos, tamanha a quantidade de semelhanças. Semelhanças de gostos, de ideias, de maneiras de ver o mundo. Até comidas, descobrimos que a maioria do que gostamos era em comum.
Foi amor à primeira vista. Nunca antes havia acreditado que isto pudesse realmente existir, mas para minha surpresa descobri que existe. Que é algo que nos pega de surpresa. E que não temos como resistir.
O tempo que levou para estarmos juntos pareceu loucura para a maioria das pessoas. Na minha opinião, demorou demais. Creio que na sua também.
O tempo que espero que tenhamos, juntos, pela frente, mesmo que fosse infinito, será sempre pouco, para o tanto que quero estar com você.
O amor que tenho por você sempre será no dia presente, maior do que o que tive no passado, e menor do que o que terei no futuro.
Para mim, é impossível imaginar a vida sem ser ao seu lado.
Te amo, minha Loba. Obrigado por ter entrado na minha vida, e ficado nela.


Gaiolas

Não me agrada ver
Pássaros presos em gaiolas.
São aves tristes,
Mesmo que cantem,
Seu canto não é
Como o que cantariam
Se fossem seres livres.

Por que os prendermos,
Se crime algum cometeram,
Além do crime de existir?
Porque, em nosso egoísmo
Não toleramos a ideia
De que possam simplesmente
Um dia para longe partir.

Há quem diga que assim,
Os estamos protegendo
Dos perigos do mundo
Mas será mesmo verdade
Ou apenas uma forma
De nossas culpas acalmar?

Muitas vezes estas aves
chegam a se reproduzir
E matam os filhotes
Ou mesmo se recusam
Aos ovos chocar.
Fazem isto por serem
Apenas irracionais
Ou por não quererem
Aos filhos presos
Também virem a ver?

Seria melhor podermos
Deixá-las em liberdade
Ouvindo-as a cantar
De acordo com seu desejo
Onde e quando preferissem
E nos dias em que estivessem
Cantando em outros locais
Saberíamos que viriam
Nos encantar novamente
Se assim tiverem vontade.

Perambulando

Pelas ruas da cidade,
Solitário perambulei.
Sentindo a dor da tua ausência,
Conforto a mim mesmo neguei.

Nos lugares onde juntos
Tantas vezes estivemos,
Sua presença eu procurei.

Mas, claro, lá não estava
O amor da minha vida.
Apenas encontrei saudade
Que me aumentou a ferida.

Ouvi a toada da cigana
Do viaduto do chá
Que garante trazer o amor
Para sempre ao meu lado ficar.

Mais sei o quanto é tolice
Esta forma de agir,
Pois nosso amor é mais forte
Que o feitiço da cigana.
Além disto, sei muito bem,
Não se prende a quem se ama.

E tambem sei com certeza
Que a nossa separação
É coisa de pouco tempo.

Um momento necessário,
Que não depende de nós
Para poder ser evitado.

Mas que podemos usar
Para mostramos ao mundo
E a nós mesmos, também
Que um amor forte assim
Nem a distância ou o tempo
Podem fazer chegar ao fim.

E que sabemos que embora
Os contratempos ocorram
São transtornos provisórios.

Nossa vida é maior que eles,
Nosso amor é maior que a distância,
Nossos momentos são maiores
Que o tempo do afastamento.

E mesmo que fisicamente
Possamos estar distantes,
A união de nossas almas
É fato sempre constante.




Te amo, minha Loba querida!

Retorno



Minha Loba amada,
Voltar a estar com você
Tornou-me este final de semana
Em algo muito mais doce.

Foram horas de conversas
Assuntos sem conta e sem fim
Detalhes a por em dia
Nossa vida de volta ao seu eixo.

Juntos rimos e choramos,
Discutimos, conversamos,
Fizemos sonhos e planos,
E ao nosso modo, juntos,
O tempo todo brincamos.

Sua volta, meu amor,
Alegrou-me os dias
Ouvir sua voz, estarmos juntos
Escutar suas histórias,
Contar-lhe meus sonhos,
Que outra coisa querer
Mais que isto eu poderia?

Ainda que vir ao trabalho
Seja algo necessário,
Não é o que eu gostaria
Que hoje acontecesse.

Queria mesmo podermos
Mais tempo termos juntos
A aproveitar na conversa,
Para a qual, com certeza,
Ainda temos muito assunto.

Mas agora o importante,
Minha Loba doce e adorada,
É que todo momento possível,
Nós estaremos bem juntos,
E isto, não troco por nada.


Te amo, minha Loba!

Promessas

Eu não lhe prometo o céu
Muito menos as estrelas
Tampouco prometo morarmos
Num rico e alto castelo,
Mas prometo que o nosso cantinho
Será sempre aconchegante.
Eu não lhe posso prometer
A felicidade eterna,
Mas estarei ao seu lado
Nos bons e nos maus momentos.
Nos bons, celebraremos juntos
Nos maus, serei o ombro
Onde pode encostar sua cabeça,
O ouvido que escuta
Com atenção suas mágoas
A mão que segura a sua
Para juntos irmos adiante.
Terei olhos que descubram
Todos os dias a sua beleza.
Não posso prometer saúde
Todos os dias das nossas vidas
Mas posso prometer estar
Ao seu lado sempre que preciso.
Não sou tolo em prometer
Que nunca nós brigaremos
Mas posso lhe garantir
Que se um dia discutirmos
Os seus pontos de vista
Eu saberei ouvir.
Não lhe prometo fantasias
Contos de fada ou delírios
Mas, dentro da realidade
Construir a felicidade
Com você todos os dias.
Não prometo amor eterno
Por isto não existir
Mas prometo a cada dia
Mais um motivo para amá-la
Eu vou sempre descobrir.

Te amo, minha Loba!

Laços e cordões

Saiba que eu pensei um dia
Numa possibilidade,
Para sempre a você me ligar
Através de uma cirurgia.
Por algum tempo deixei-me
Brincar com esta fantasia
Imaginando onde e como
A você me uniria.
Felizmente me dei conta
Da tolice sem conta
Que seria se pudesse
Fazer tal procedimento
Pois ao tentar tal loucura
Mataria quem nos une
De fato, que é o sentimento.
Um bebê, na gestação
Está ligado à sua mãe
Através de um cordão
Mas na hora de nascer,
O cordão deve ser cortado
Pois se fica muito tempo,
Pode enrolar-se ao pescoço
E o bebê ser sufocado
E conforme a complicação
Não morre apenas a criança
Mas leva consigo a mãe.
Da mesma maneira, um casal
Quando se relaciona
Muitas vezes mesmo agindo
Com as melhores intenções
Cria vínculos e armadilhas
Que transformam seu amor
Na pior das prisões
Disse o padre ao nos casar
Que nos unimos, dois em um,
Unidade feita do par.
Mas esta não é exatamente
A explicação que deveria
Ser dada naquele momento
O que deve nos unir,
Mais que uma imposição,
É o nosso sentimento.
É o amor que é ofertado
De modo quase dissimulado,
Dado com uma das mãos
Sem que a outra sequer saiba
Uma ligação firme
Porém com delicadeza,
Mão com mão, caminhando juntos
Pela estrada da vida
Mas com a outra mão livre
Pois, se acaso o destino
Nos resolve fazer tropeçar
Ainda teremos meios
De ajudarmos um ao outro
Ou, se isto não for possível,
Tentarmos nos equilibrar.
Se muito presos estivermos,
A consequencia seria
Virmos os dois a nos machucar.
Mas não pense, Loba amada,
Que isto que agora te digo
Possa significar
Que contigo cansei de viver.
Não, muito pelo contrário,
O sentimento de amor
Por você, que trago no peito,
Só consegue a cada dia,
Mais e mais crescer,
Pois sabendo nossos limites,
Aprendemos a nos respeitar
Sempre nos conquistando,
Juntos, construindo e sonhando,
Com respeito e amizade,
Confiança e intimidade,
E com nosso amor sempre
Livre, como deve ser.

Te amo, minha Loba! E a cada dia queto amá-la ainda mais!


Tema recorrente

Já é tema recorrente
Eu usar este cantinho
Para falar da saudade
Que tantas vezes sinto
Quando você viaja
E eu fico aqui me sentindo
Sozinho e um tanto carente.
Sei que sou um tanto chato,
E mesmo repetitivo,
Mas existe um motivo
Para tanta insistência,
Para tanto eu reclamar:
É que quando eu escrevo
Menos difícil me fica
Suportar esta saudade.
É verdade que a distância
Não irá ficar menor
Mas a sensação de vazio,
O oco que sinto no peito,
O espaço ao meu lado, na cama,
Eu vou suportar melhor.
Telefone e mensagens
Amenizam o sentimento
Mas não a trazem de volta.
Ainda que o perceba na voz,
Não posso ver o sorriso
Que ilumina seu rosto
Ao dizer-lhe que a amo,
Não posso sentir seu calor
Nem posso tocar sua pele
E mesmo que falemos e ríamos
Não fazê-lo ao seu lado,
Por mais que tenha valor
Não será a mesma coisa.
Por isto mais uma vez
Eu digo, minha Loba amada
Volte logo ao nosso canto,
Onde sua falta eu sinto
Onde tanto é aguardada.

Te amo, minha Loba!

Outono

Eis que hoje, finalmente
Começa o outono,
Nossa estação favorita.
Os dias ficam mais amenos,
O por do sol tem mais cores
E o céu que nos parece
Muito mais iluminado.
As Águas de Março
Já fecharam o verão
E trouxeram promessas
Aos nossos corações
Algumas árvores se esquecem
Que este é um país tropical
E deixam cair suas folhas
Caracterizando melhor
Esta linda estação.
Claro, não é como seria
Em um país mais frio
Mesmo assim é um momento
Que tanto nos agrada.
E nos leva a querer
Nos recolhermos mais cedo
Tomarmos um copo de vinho,
Uma sopa servida no pão,
Assistirmos juntos a um filme
E nos amarmos com muita... paixão
Sei que se você pudesse
E no mundo mandasse
Só haveria outono
Com seus vermelhos e dourados
Com noites de céu estrelado
Com vinho e amor,
Canção e comunhão
Dos nossos corpos apaixonados.

Te amo, minha Loba!


Comemoração

Estamos agora em tempos
De religiosa comemoração
Para o cristão é a páscoa,
Para o judeu, é Pessach,
Ostara entre os celtas,
A comemorar nestas culturas,
Nova vida, renovação,
Fertilidade e semeadura.
Liberdade e comunhão.
E, ao recebê-la de volta,
Matando a saudade que mata,
Me dá esta boa notícia
De que está se aproximando
Do seu projeto o final.
E, ao que tudo indica,
Em breve nós poderemos
Ter mais tempo para nós,
Fazer, talvez, novos planos,
Criar castelos no ar
Então devemos, de acordo
Com todas estas tradições,
O momento comemorar.
Se é tempo de comunhão,
Nada melhor do que termos
Nossa total união,
Corpo e alma, pensamentos
E todos os sentimentos.
Se a comemoração se refere
A uma nova liberdade,
Nos livraremos do jugo
Da dolorosa saudade.
Porém se o momento for
De semeadura e fertilidade
Talvez possamos pensar
Em alegres borboletas
Em nosso jardim a voar.
Mas pode até mesmo ser
Que nada venhamos a fazer
Para assim comemorar.
Talvez apenas ficarmos
Um pouco mais de tempo juntos
Criando castelos e tolices,
Juntos a rir e nos divertirmos,
Ou talvez apenas
Ficarmos mais tempo abraçados
A sentir o coração
De um no outro a pulsar.
Mas de tudo, para mim,
A coisa que mais importa,
É saber que, perto ou longo,
Você me tem e eu a tenho
Sempre juntos, lado a lado.

Te amo, minha Loba! Obrigado pelas maravilhosas notícias!

Fotos

Hoje me deixei ficar
A olhar as suas fotos
E os meus pensamentos
A divagar sobre aqueles
Maravilhosos momentos
Eu a vi em viagens,
Em casa, e com a família
No inverno e no verão,
Passeando pelo parque
E fazendo pose junto ao leão.
A vi mesmo em cidades
Onde precisou ir sozinha
E as fotos me mandava
Para aliviar a saudade
Cada um destes momentos
Para mim é um tesouro
Estejamos ou não juntos,
São cenas da sua vida
Para mim, tão importantes
E sempre tão preciosas
Trabalho e passeio,
Brincadeiras e reuniões
Em cada uma a vejo
De tantos modos tão linda,
Com a sua alegria
Contagiando e colorindo
Toda a minha vida.
Sei que agora estamos juntos,
Ao menos por alguns dias,
Mas na próxima viagem,
Como sempre acontece,
Estas suas doces imagens
A mim farão companhia.

Te amo, minha Loba!

Selo recebido

Este é o primeiro selinho que o meu blog recebe. Recebi-o da minha querida amiga Rachel.
Antes de mais nada, o meu agradecimento por ser considerado "guerreiro".



Agora vamos tentar cumprir o solicitado:

1 - Dizer dois defeitos meus:
- Sou teimoso
- Sou paranóico

2 - Dizer duas qualidades minhas:
- Sou louco
- Sou amigo dos meus amigos

3. Falar uma música que seja ou esteja sendo a trilha sonora da minha vida:
Stayin' Alive, versão com o Ozzy Osbourne (não conhece? clique no nome da música para ouvir)

4-Por fim, dizer uma frase que eu uso como mantra...
Corra atrás de realizar os seus sonhos, ou morra tentando."

Agora tenho que dedicar este selinho a seis blogs amigos.
Fica difícil, não quero ser injusto. A vontade seria de listar todos os blogs que eu acompanho e me acompanham. Mas vou tentar seguir a regra, não sem estender o selo a todos os meus leitores. Vamos lá:


Em ordem alfabética, pelo nome do blog, tres brasileiros e tres portugueses.

Eu te amo!



Ah, se nós dois juntos
Do mundo esquecemos,
E perdemos a noção da hora,
Se jogamos fora
Tudo o que não importa,
Por que você se dirige
Agora à nossa porta,
E novamente precisa partir?
Amor, ao nos conhecermos,
Que havíamos sido
Feitos um para o outro,
Logo percebemos
Criamos nossos sonhos,
Fantasias e desvarios
Rompemos com o mundo,
Nosso mundo criamos
Lugar no velho mundo
Já não mais temos
Me diz por que
Ainda precisa ir?
Se nós nas travessuras
Dos nossos momentos,
Embaralhamos as nossas pernas,
Como pretende caminhar
Para de novo partir?
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se os nossos corações
Pulsam em comunhão
Se nossas almas se tornaram uma
Acha realmente que a deixo ir?
Não, amor, não a deixo
Eu vou junto, em seus pensamentos,
Assim como você fica,
Aqui nos meus.
Na recordação dos nossos momentos
E dos nossos pequenos detalhes,
Jamais nos afastamos de fato.
Suas roupas que ficam no armário
Me lembram da sua presença,
Fecho os olhos e sinto
O calor do seu corpo
E também sei muito bem
Que tudo que você olhar
Tambem em mim vai fazê-la pensar.
Vai, amor, sei que precisa
Me leva junto com você,
Assim como eu a vou guardar
E, na sua volta, de novo
Inteiros nos tornamos
E dois em um vamos continuar.

Te amo, minha Loba!





Sobre o seu comentário, meu amor!


Se todo homem precisa
Ter ao seu lado,
Uma grande mulher
Então estou em vantagem
Pois eu tenho a você.
Se um guerreiro eu sou
É porque sei que tenho
Um tesouro a guardar
Se te cativou um dia
A minha forma de ser,
A mim, a sua magia,
Seu alegre amor pela vida
Sua maneira de brincar
Foram detalhes que, creia
Muito rapidamente fizeram
Por você me apaixonar.
Você diz que algumas vezes
Está quase a desistir,
Pronta a deixar tudo para trás.
Mas, se eu nunca desisto
E te ajudo a ir adiante,
Só tem uma explicação:
O bem que você me faz.
Se dou sentido à sua vida,
Devo também declarar
Que o sentido da minha vida
É o fato de, nela,
Hoje você estar.
Você é minha companheira,
Minha cúmplice e amiga,
Minha sempre amada amante.
Você é o meu norte,
A estrada do meu caminho
A mão que sempre me apoia
E encoraja a prosseguir.
E, mesmo naqueles momentos
Em que divergimos de opinião,
Sabemos ser civilizados
E, usando de argumentos
Tentarmos chegar à razão.
Se existem em nós defeitos,
Não sou eu quem os vai negar,
Mas alguns dos que acha que tem,
São detalhes que de alguma forma
Estão sempre a me deliciar.
Eu a amo como é,
Não a quero diferente
E quero a cada dia
Por você, mais e mais,
Apaixonar-me plenamente.

Te amo, minha Loba!





Desculpem-me

Estou com problemas em acessar a net.

Assim que conseguir, volto a postar, comentar e responder a todos os amigos que têm me dado o carinho de sua visita.

Espero que seja muito breve.

O Amor segundo o Poeta

Minha Loba amada,
Hoje, vou cometer um roubo. Vou roubar as palavras do grande Carlos Drummond de Andrade, para postar aqui.Escolhi dois textos dele, com os quais concordo totalmente. E sei que você vai compreender muito bem o que eu quero lhe dizer.

Te amo, minha Loba!
O Amor
Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração para de funcionar por alguns segundos, preste atenção. Pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e neste momento houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante e os olhos encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
Se um dia tiver que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
Se você conseguir em pensamento sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você tiver a certeza que vai ver a pessoa envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... se você preferir morrer antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
É o livre-arbítrio. Por isso preste atenção nos sinais, não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.
As sem razões do amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Eu faço por você.


Loba, minha doce amada,
Se olhando dentro dos meus olhos
Você não puder ver o quanto
Significa para mim,
Procure em seu coração,
Procure em sua alma,
E poderá entender. 
Sei que muitas vezes
Erro tentando acertar
E acabo magoando-a,
Quando só quero agradar
Mesmo assim, meu amor,
Não vou deixar de fazer
Ou ao menos de tentar
Dar-lhe o meu melhor
Pois mesmo que eu erre,
Tudo que eu faço,
Eu faço por você!
Olhe dentro de seu coração
E você verá,
Que nada tenho a esconder.
Que o meu amor é para você,
Hoje, amanhã, a cada dia
E por você, qualquer coisa
Que me fosse necessária,
Sem pensar eu lhe faria.
Você sabe que muitas vezes
Eu me sinto impotente
Gostaria de ajudá-la,
Até pelo meu egoísmo
De tê-la sempre junto a mim.
Não há nada que eu queira mais
Não existe amor como o seu amor
E, se existisse, eu não queria.
Só o amor que quero é o seu,
Só quem eu quero é você.
Para mim, nada falta,
Se estiver ao meu lado.
Em você eu repouso,
De você eu me alimento
Em você me refaço
Você é o meu alívio
Onde esqueço o cansaço.
Você não pode me dizer
Que eu não tento fazer
Tudo ao meu alcance
Para sempre a merecer.
Eu brigaria por você,
Mentiria por você,
Morreria por você.
E, se preciso fosse
Tudo faria outra vez
Você sabe disto.
Sabe que é a pura verdade
E sabe bem que o que faço
Só faço por voçê!

Te amo, minha Loba!

A Loba Que Eu Amo

Eu amo uma Loba
Linda e toda delicada
Alegre e sempre faceira,
Minha doce companheira
E esposa sempre amada.
Ela é linda e carinhosa,
Seu sorriso, a coisa mais gostosa
Que em toda a minha vida
Eu possa querer.
A minha Loba
Tem tanta alegria
E amor pela vida
Que até contagia
Quem a conhecer.
Ela é para mim,
Repouso e alimento
Para o corpo e a alma.
Se estou triste, é o alento,
Se tenho medo
De algo na vida,
Com sabedoria,
Meus medos acalma.
A minha Loba
É o ar que eu respiro
E nela eu me inspiro
Pra falar de amor.
Ela faz da minha vida
Um jardim florido.
E mesmo se o dia
É triste e cinzento,
O som de sua voz
É como surgir no céu
Um arco-iris colorido.
Ela enfeita a minha vida,
É meu sonho realizado.
Por estarmos juntos,
Sei que sou felizardo.
A minha Loba, para mim,
É o calor no inverno,
A chuva fresca no verão,
Do outono as cores,
Da primavera, as flores:
É sempre meu bom tempo,
Não importa a estação.
Te amo, minha Loba!

Repetitivo

Minha Loba amada,
Eu sei que é até cansativo
Dizer-lhe outra vez
Da saudade que eu sinto
Quando você tem de ir.
Tantas vezes já falei,
E volto a me repetir
É necessário, eu sei,
Só difícil de aceitar
Que sozinho outra vez vou ficar.

Quando você está longe,
Para mim é como a luz do dia
Fosse embora com você
A casa fica vazia
Triste e silenciosa.
Falta a pessoa principal.
Porque, para mim,
Cada pequena coisa que você faz,
É sempre de pura magia.
Ao seu lado, me sinto um gigante,
E, me sentindo forte,
Me sinto capaz de protegê-la
Do que quer que aconteça
Gostaria de poder
Estar sempre com você,
Enrolado em seus dedos,
Amarrado em seus cabelos,
Nunca para prendê-la,
Pois quem ama, sempre sabe
Deixar livre a amada,
Mas para ser sempre
Seu escudo e proteção,
A pessoa ao seu lado
Para qualquer necessidade
Em qualquer situação.
Talvez alguém possa dizer
Que estou a sonhar demais,
Mas o que posso fazer
Se a cada dia que passa,
Eu te amo mais e mais?
Te amo, minha Loba!

Quatro mulheres

Isabel é garota de programa. Independente de qual tenha sido o motivo que a levou à sua profissão, ela gosta do que faz. Trabalha em uma casa noturna de certo nível. Evidentemente, a maior parte do dinheiro que recebe fica com a casa, mas a parte que fica com ela é suficiente para garantir-lhe uma vida confortável.
Para quem não a conhece intimamente, Isabel diz trabalhar em um barzinho da moda, e alega que o salário é bastante complementado pelas gorjetas que recebe. Possui duas filhas, fruto dos dois únicos relacionamentos estáveis que teve em sua vida. Com o pai da segunda, chegou a casar-se legalmente, e enquanto foi casada tentou, realmente, outras atividades. Com a separação,voltou à antiga profissão.
A maioria das pessoas é incapaz de dizer qualquer coisa contra ela, seja por conta de suas atividades, que realiza com discrição, seja por causa das filhas, com as quais é sempre muito amorosa e cuidadosa.

Cláudia é casada, mãe de um casal de filhos, ambos na faixa dos 20 anos. Seu relacionamento com o marido é de altos e baixos. Já tentou separar-se, saiu de casa por algum tempo, desistiu, voltou para ele. Tem com ele uma vida sexual que poderia ser considerada normal, não fosse pelo fato de sentir necessidade de excitar-se em chats e MSN antes de ir para a cama com o marido. Teve relacionamentos físicos com vários de seus contatos virtuais, mas sem chegar a ter envolvimento afetivo com os mesmos. O fato de não trabalhar lhe facilita estes encontros.
Num dos encontros com um de seus parceiros virtuais, conheceu a cidade onde ele morava, cidade não muito grande e não muito longe da dela, e apaixonou-se pelo lugar. Tanto fez que convenceu a família, construiu casa por lá e todos se mudaram.
Ao contrário de Isabel, não esconde tanto as suas aventuras, embora não as tenha contado todas ao marido.
À sua moda estranha, o casal continua junto.

Andrea é mãe de três filhos. Não teve muitos namorados em sua mocidade. Não gosta de sexo, mas obriga-se a ter relações sexuais para agradar o marido. Encara como sendo uma de suas obrigações de esposa, como lavar a roupa e fazer a comida. Trabalha em um supermercado, como atendente. Reclama diariamente do trabalho, mas não se anima a procurar outro. Reclama constantemente da vida, sempre encontrando desculpas para seus fracassos, nunca encarando de frente quais poderiam ser as reais causas de tudo que lhe acontece.
Foge de certas situações que lhe possam ser desfavoráveis. Evita amizades que lhe causem questionamentos a respeito de sua maneira de ser e de pensar.

Carla é uma mulher bem resolvida. Casada há alguns anos, não tem filhos por opção. Ela e o marido possuem uma vida sexual bastante ativa, e todo o tempo procuram um ao outro pelo prazer de estarem juntos. Pelo prazer do sexo e da entrega.
Criam fantasias, algumas que realizam e outras que apenas idealizam. Têm seus jogos e brincadeiras. Têm seus códigos secretos e muitas vezes, em público, conseguem divertir-se com uma determinada situação, sua ou envolvendo outras pessoas, sem que ninguém mais perceba o que se passa.

Quatro mulheres. Quatro histórias. Quatro formas de viver. E nenhum julgamento.


Fragmentos

Um breve instante passado com você vale mais que toda uma eternidade.
Uma foto tola que lhe roubo, em posição ridícula, mais que apenas boas risadas, é a recordação de um momento todo nosso.
Passar por um local onde estivemos os dois juntos, traz à mente trechos da nossa história como casal.
Ouvir as músicas que nós dois gostamos faz sentir como se estivéssemos juntos naquele momento.
Falar com você ao telefone, e mesmo discutirmos sobre assuntos banais, me dá a certeza de que você se importa.
Neste feriado, o fato de você estar comigo é um presente do céu, que enche meu coração de alegria.
Sei que é um momento que logo vai acabar, sei que você vai precisar viajar novamente em poucos dias. Sei, e agora todos sabem que eu me desespero nas suas viagens. E que gostaria que, ao menos, não precisasse serem tantas.
Mas sei, sem precisar ser criança, que hoje é a sua melhor opção. Não quero criar obstáculo algum, e menos ainda fazer drama.
Apenas escrevi este pequeno post para que saiba sempre que eu a amo e apoio. E que sei, sim, esperar pela sua volta.
Mas o post vai ser bem curto, pois agora tudo o que eu quero é aproveitar que estou com você hoje. E amá-la muito.
Te amo, minha Loba querida!


Entrega

Minha Loba doce e amada!
Quero hoje me entregar
Completamente a você.
Sermos, juntos, apenas um,
Nos completando e encaixando
Nos unindo em paixão
Desejo, carinho e amor.
Quero fazê-la sentir
Como de fato seja
A mulher mais importante
Que o mundo já produziu
Ainda que muitos discordem,
Ao menos para mim, você é.
Quero acariciar-lhe
Os cabelos delicados,
Passar minhas mãos sedentas
Sobre seus ombros nus,
Passear pelo seu corpo
Beijando cada pedaço
De sua pele suave e cheirosa.
Tocando e explorando
Como se nunca antes visto
Cada pequeno pedaço
Do corpo que tanto conheço.
Quero deixá-la excitada
Sedenta de me ter mais
E, em suas coxas beber
O doce mel do amor.
Quero que nos completemos
Em todas as formas
De todos os modos
Nas mais diversas posições.
E,na satisfação do amor,
Completando nossas almas,
Em gozo unidos ficarmos
Saciados,
Cansados,
Suados,
E, mais que tudo,
Ainda mais apaixonados.

Te amo, minha Loba!

Estou feliz

Estou feliz, quero cantar
Pois por um tempo minha Loba
Comigo poderá estar
Chegou-me pela manhã
Com alvoroço e surpresa
E com alegria inundou
Aquele que prenunciava
Ser mais dia de tristeza.
Com loucura nos beijamos
Longo beijo de saudade
E logo já completamos
Nossas almas tão aflitas
Com tanto carinho e desejo
Com tanta paixão e vontade
Que por mais que me venham
À mente as melhores palavras
Estas jamais serão
Suficientemente bonitas
Para homenagear
A minha Loba amada
De quem tinha tanta saudade.

Te amo, minha Loba! Do fundo do meu coração!

Realidade e Fantasia

Você me fala de realidade e fantasia.
Reclama de minha incoerência.
Mas nem mesmo percebe
Que a tal fantasia hoje
É a razão da minha existência.
Carrego comigo o sonho.
Admito que é verdade.
E dele me vem a força
Para viver a realidade.
Que é triste e não é aquilo
Que eu tanto queria,
Enquanto eu não estiver
Com você em minha companhia.
Sonho sim, admito,
E assim vou continuar,
Se neste sonho bonito,
Com você ao meu lado,
Para sempre vou estar.
Eu já lhe fiz um pedido
E sua resposta espero.
Não pode chamar irreal
Aquilo que eu mais quero.
Não desconheço as lutas
E obstáculos que teremos,
Mas também sei que, juntos,
A todos superaremos.
E mesmo que isto tudo
Eu saiba perfeitamente,
Reconheço não ser fácil
Para você a decisão,
Mas lhe peço que admita
Que não é nada agradável
Esta nossa situação.
Entenda que não desejo
De forma alguma privá-la
De sua vida e carreira,
Nem tampouco complicar
A situação financeira.
E mantenho a promessa,
Nem preciso que me peça,
De respeitar seja qual for
A decisão que tomar.
E agora lhe pergunto:
Com toda a sinceridade,
Acha mesmo que isto tudo
Que lhe digo e lhe peço
É somente fantasia
Fora da realidade?

Pedido

Amor da minha vida,

Hoje deixo de lado a tristeza.
Abandono a saudade.
Esqueço a dor que sinto,
E ignoro as lágrimas.
Pois nesta noite desejo
Um convite lhe fazer:
Abandone seu trabalho
Que tanto nos distancia,
Desista das viagens
Que a nós dois sempre afastam
E venha comigo viver.
Bem sei que luxo e conforto,
Não lhe posso prometer.
Mas uma vida tranqüila,
Onde as coisas não nos faltem,
Juntos havemos de ter.
Vem para junto do seu lobo,
Minha loba doce e amada,
E vamos por nossa floresta,
A caçar de madrugada.
Amor de minha vida,
Bem sei o quanto a carreira importa.
Mas a oportunidade,eu creio,
Volta a bater à porta.
Se este meu pedido,
Egoísta lhe parece,
Lembra: é o lamento de um lobo
Que nunca, jamais, a esquece.
E que, se não puder tê-la,
Nada mais da vida merece.
A nossa cama vazia,
Já não suporto olhar,
A vida é triste e fria
Se não a ouço cantar.
Volte a mim logo, amada!
Vem colorir minha vida,
Minhas noites alegrar.
Comigo viver bons momentos,
Silenciar-me os lamentos,
Amarmo-nos com loucura,
Com paixão e com tesão,
Construindo a cada dia,
Uma vida de alegria.
Deixando tristeza e saudade
Entregues ao cuidado do tempo,
Remédio que sempre cura
Este tipo de sofrimento.
Mas, se acaso o convite
Que faço, lhe parecer
Algo ruim de aceitar,
Não é preciso sofrer,
Pois em público prometo
Compreender e respeitar
Sua maneira de escolher.
Como lobo que a ama,
E a quem nada mais importa,
Seu lugar na nossa cama,
Para sempre vou manter,
A saudade que aperta
Será companheira certa
A sentar à nossa mesa.
E em cantos e poesia,
Vou disfarçar tristeza,
Sempre sabendo que um dia,
Para minha alegria imensa,
A nossa casa se enche
Com toda a luz e alegria
Que é a sua presença.

Te amo com paixão e loucura, minha Loba!

Cavalgada

Hoje quero voar
Meio homem, meio lobo
Cavalgando as costas alvas
De um raio de luar

Cavalgarei sobre campos e prados
Bosques e florestas,
Montanhas e colinas,
Mares escuros e o rio prateado

Montado na alva luz da lua,
Cavalgarei, cavalgada louca
Ansioso por beber de tua fonte
Desejoso de beijar a tua boca

Quero em teu corpo me envolver
Em teus cabelos me emaranhar
Na luz de teus olhos me perder
Na tua doce boca me embriagar

Desejo aproveitar cada momento
Deste sonho de louco cavalgar
Sentindo os perfumes que o vento
Traz para nosso amor coroar

E quando a luz do novo dia
Ao longe estiver a surgir
Quero lembrar-me deste sonho
E docemente sorrir.




Rex

Rex era um cão de guarda exemplar. Pastor alemão puro, ainda que comprado sem pedigree, foi adquirido pelos pais para fazer companhia à pequena Míriam. Na verdade foi um presente dado a ela pelo seu sétimo aniversário.
A amizade entre os dois foi imediata, e sempre muito bem correspondida. Onde a menina estava, lá estava o cão. Todos os dias, na saída da escola, Rex esperava a menina, bem em frente ao portão. Atento. A cidade ainda era tranquila, não havia razão para temer o percurso de volta, e com o cachorro, menos razão ainda. Se, ao sair, algum colega fizesse com Míriam uma brincadeira estranha, Rex já estava em pé. Se a menina gritasse, já se ouvia um latido, e estava ele em posição de ataque. Mesmo os colegas mais ousados não se arriscavam a deixar que a menina gritasse uma segunda vez. Afora isto, o cão ficava absolutamente quieto e imóvel, permitindo mesmo que outras pessoas o tocassem, até sua dona chegar ao seu lado, quando se punha a caminhar com ela.
Afastados da escola, sentindo que Míriam estava mais segura, Rex relaxava. E corria um pouco à frente dela, apenas para parar logo depois, e esperar que sua amiga se aproximasse.
Quando Míriam estava brincando com seus amigos, Rex sentava-se tranquilo, na calçada, observando. Apesar da tranquilidade e do relaxamento, qualquer acontecimento estranho fazia-i ficar atento, as orelhas espetadas, o corpo todo em prontidão.
Se, eventualmente, Míriam ficasse doente, não havia quem afastasse o cachorro de seu lado. Ele deitava-se perto da cama e não comia ou bebia, até que ela estivesse melhor. Só então Rex ia comer e beber água.
Mas existe um problema nesta história. Sempre existe um problema. Míriam cresceu. Tornou-se uma moça. E com a idade começaram a aparecer os namorados. Rex não conseguia compreender o que estava acontecendo. Apenas percebia sua amiga cada dia mais distante dele. Cada dia, menos atenciosa.
Com os primeiros namorados, Rex não teve grandes problemas. Ainda que não compreendesse o comportamento de Míriam, ela lhe dava alguma atenção. Ela ainda saía para passear com ele, algumas vezes. E eles nunca apareciam pela casa por muito tempo. Mas aquele era diferente. Quando estava com ele, Míriam se esquecia completamente de seu cão. Rex não gostava do rapaz, e não se importava em disfarçar o fato. Por diversas vezes foi repreendido por rosnar quando passavam perto um do outro.
Continuava um cão fiel. Se Míriam estivesse triste, imediatamente Rex estava deitado ao seu lado. Se a moça adoecesse, ali estava ele junto à sua cama, como sempre fez. Mas parecia que ela importava-se cada vez menos com sua presença.
E assim seguiu a vida, até que certo dia Míriam entrou em casa alvoroçada. Rex começou a latir, alerta, sua amiga estava gritando, deveria haver perigo. Ela não lhe deu atenção. Conversava com sua mãe, alternando gritos e risos. O cachorro nada compreendia. Apenas observou que, depois daquele dia, a rotina na casa mudou bastante. Havia, agora, sempre muita conversa e correria. E Míriam lhe dava menos atenção que nunca.
O dia mais estranho de todos foi também o mais agitado. Muita gente correndo pela casa. Muita gente estranha entrando e saindo. Rex, pressentindo o perigo, sempre alerta, latiu várias vezes, para intimidar os estranhos ameaçadores. Ao contrário de tranquilizar a família, ao invés de trazer sua amiga para perto de si, os latidos renderam-lhe a prisão na corrente do quintal. Coisa que apenas raramente lhe ocorria, geralmente quando fazia algo errado. E, pelo tempo que o deixaram ali, provavelmente teria feito algo de muito errado.
Finalmente Míriam apareceu, saindo da casa. Estava linda com sua roupa branca. Rex tentou pedir ajuda à amiga, tentou correr até ela, brincar e fazer carinho. A corrente o impediu, e Míriam o ignorou. E desapareceu.
A família voltou, mas Míriam não estava com eles. Rex foi solto e correu para o quarto da amiga, mas este estava vazio. Por muitos dias não a viu. Por muitos dias a esperou, deitado ao lado da cama. Quase não tinha vontade de comer. Não tinha vontade alguma de correr ou brincar. Apenas a esperava.
Um dia, Míriam voltou. Com o rapaz. Conversava animada com a família, e deu ao Rex apenas a atenção de um breve carinho. Depois de algum tempo, foi embora. O quarto continuou vazio.
Agora Míriam vinha com uma certa frequência visitar a família. Cada vez mais estranha, cada vez mais pesada, caminhando com dificuldade. Algumas vezes brincava com Rex, outras vezes o ignorava. Até que um dia houve nova correria, diferente da anterior, mas ainda assim estranha, deixando o cachorro alerta e alvoroçado.
Alguns dias depois, Míriam reapareceu. Não estava mais redonda e pesada. Caminhava normalmente. E trazia algo nos braços. Fosse o que fosse, era a causa do alvoroço dos familiares. Rex precisava verificar. Precisava proteger sua amiga, se fosse necessário.
Pela primeira e única vez em sua vida, Míriam bateu em Rex.
Não foi preciso mais que um tapa. O cão afastou-se, cabeça baixa, rabo escondido entre as pernas, triste, e foi deitar-se em seu lugar favorito, ao lado da cama dela. Inteligente e obediente, compreendeu que não deveria jamais chegar perto daquela coisa que sua amiga segurava com tanto cuidado. Mesmo quando a coisa se revelou ser uma pessoa, como os outros da casa, apenas de menor tamanho.
Quando a coisa vinha em sua direção, primeiro andando como ele, Rex, depois, aos poucos, andando como Míriam, ele fugia, pois sabia que ali havia perigo para ele. O pior dos perigos. Desagradar a quem ele tanto amava.
Nunca teve a possibilidade de compreender realmente o que era aquilo. Nunca arriscou-se perto da criaturinha o suficiente para tornarem-se amigos. Apenas ficava, sentindo o peso de seus anos mais curtos, ao lado da cama daquela que ele tanto amava. Dia após dia. Até o momento em que fechou seus olhos e adormeceu pela última vez. Sem jamais deixar de amar Míriam.